Universidades Portuguesas: Missões e Novo Desafio - Indicadores de Output, Evolução em Portugal e na União Europeia

12/12/2007 16:00

Universidade de Évora
Colégio Espírito Santo, Anfiteatro - Sala 131

Luís Sousa Lobo (FCT/UNL)

Resumo / Abstract:

No presente trabalho estuda-se a evolução das Universidades Públicas em Portugal nos últimos 30 anos com base nos 3 indicadores de output mais usados para a investigação: 1) Publicações (ISI); 2) Doutoramentos e 3) Patentes. Tradicionalmente, atribuem-se à Universidade as missões de ensino, investigação e serviços à comunidade (“terceira missão”). Constata-se que até aos anos 70 predominou a missão de ensinar, com a produção científica a nível muito baixo. Contudo, em 30 anos houve uma forte evolução. Pelo critério da Carnegie Foundation 2000, constata-se que há 7 Universidades em Portugal cuja missão se descreve como Doctoral/Research Extensive e mais 5 com o perfil Doctoral/Research Intensive. O número total de publicações (ISI) e o número de doutoramentos têm vindo a crescer de forma sustentada, desde 1970, à média de 13% e 12% ao ano, respectivamente. Os dois indicadores mostram uma correlação muito forte entre si (98%). A manter-se este ritmo de crescimento, Portugal deverá atingir em 2011 a média Europeia por milhão de habitantes na produção científica internacional, com contribuição diferenciada das várias Universidades. Em ambos os indicadores a Universidade do Porto atinge os valores mais altos e a Universidade de Aveiro e a Universidade Nova de Lisboa, o melhor desempenho considerando a dimensão, para publicações e doutoramentos, respectivamente. A terceira missão toma hoje, em certas Universidades, uma orientação crescente para a inovação, a criação de valor, o registo e licenciamento de patentes, o encorajamento à criação de empresas. Está-se a iniciar agora claramente em Portugal esse novo ciclo, a partir de uma posição de atraso grande, com liderança da UTL e da Universidade do Minho. Níveis de desempenho nacionais próximos da média europeia só deverão ser atingidos dentro de 20 ou 30 anos, admitindo um crescimento sustentado de 13 a 15% ao ano. Parece ser este um dos novos desafios para as universidades de doutoramento / investigação. O presente trabalho é apenas a nível macro. Não se analisam áreas científicas separadamente, nem a nível nacional nem a nível institucional. É discutida, a esse nível, a questão do perfil das Universidades, da definição estratégica da sua missão, da necessidade de indicadores para definir estratégias com segurança e da ocorrência de grande diversidade interna entre departamentos ou escolas. Essa diversidade parece ser mais comum na Europa, em oposição à realidade dominante nos EUA.

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