Stratégie et organisation des entreprises viti-vinicoles: le cas des entreprises de la région Alentejo au Portugal

Sousa, A. , (1994) , "Stratégie et organisation des entreprises viti-vinicoles: le cas des entreprises de la région Alentejo au Portugal" , Médit , 3 , 46-48 .
Autor(es) CEFAGE
António João Coelho Sousa
Resumo

Tendo como objecto de estudo as empresas vitivinícolas do Alentejo e da Extremadura, este trabalho procura atingir um determinado conjunto de objectivos.
Assim, numa primeira fase, pretende-se:
- Identificar os estilos de reflexão estratégica existentes em cada região, bem como as variáveis contextuais associadas;
- Analisar a importância das diversas variáveis contextuais na formação do perfil de cada estilo de reflexão estratégica, assim como as performances económicas associadas a cada um desses estilos;
- Comparar os processos estratégicos das duas regiões, para concluir sobre as principais semelhanças e diferenças, ponderando também sobre as suas virtudes e defeitos, no novo contexto competitivo;
- Propor alguns ajustamentos nas arquitecturas estratégicas de cada região, para melhorar a capacidade de actuação das empresas na nova realidade competitiva.
Para atingir estes propósitos, começou-se por realizar uma importante revisão bibliográfica centrada no tema da gestão estratégica. A mesma abarca diversos quadros metodológicos que marcaram essa área da gestão: do modelo pioneiro de Harvard, às concepções estratégicas mais recentes, associadas à teoria do caos.
De seguida foi construída uma grelha de abordagem, a GIRE (Grelha Integrada de Reflexão Estratégica), a fim de enquadrar as principais características da vertente organizacional das empresas e explorar a sua vertente estratégica. O núcleo central desta grelha é constituído por três elementos que, articulados, consubstanciam a actuação estratégica das empresas: factores contigentes, externos e internos (C), estilo de reflexão estratégica (R) e performance económica (P). Estes três elementos formam aquilo que o autor denomina de estudo sistémico C-R-P.
A GIRE tem, como principais suportes de informação, os questionários implementados junto dos dirigentes de topo das empresas (60 da Extremadura e 32 do Alentejo) e as entrevistas as responsáveis pelos organismos que tutelam o sector em cada região.
O tratamento da informação do questionário é feito através do programa estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences). Para diagnosticar a vertente organizacional (estruturas e recursos empresariais), é aplicada uma análise estatística univariada a diversas questões do questionário. para explorar a vertente estratégica em si, são utilizadas técnicas estatísticas bivariadas e multivariadas: análise factorial em componentes principais (ACP) e análise de clusters, respectivamente para confirmação empírica dos tipos de reflexão estratégica e agrupamentos de empresas; análises de variância multivariada e simples (Manova e Anova) para comparação de médias e identificação dos perfis de cada estilo de reflexão estratégica. A caracterização da dinâmica da envolvente competitiva tem subjacente uma abordagem de âmbito mais qualitativo, nomeadamente a análise estrutural das cinco forças competitivas de Porter (para a envolvente transaccional) e análise clássica PEST (para a envolvente contextual).
Os resultados da aplicação da GIRE relevaram um conjunto de semelhanças e de diferenças entre as empresas das duas regiões. No que concerne às semelhançaa, relacionam-se com os estilos de reflexão estratégica utilizados, os sistemas de informação, os recursos produtivos, a dinâmica inovadora e a via estratégica de desenvolvimento. Quanto às diferenças, situam-se ao nível da lógica produtiva, integração a montante, actividade exportadora e dinâmica comercial.
Para além desses aspectos, importa referir que as empresas de cada região possuem estartégias priviligiadas: na Extremadura a liderança pelos custos, no Alntejo a diferenciação.
O novo contexto competitivo, decorrente da recente Organização Comum de Mercado (OCM) e dos acordos de liberalização de mercados, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OCM), impõem melhoramentos a vários níveis, em ambas as regiões vitivinícolas.
Assim, recomendam-se: mudanças ao nível da vertente humana ( executivos de topo), no sentido desta evoluir para o designado estilo de reflexão estratégica empreendedor; melhoramentos nos sistemas de informação e respectivas tecnologias; dinamização do desempenho inovador; alterações ao nível da vertente produtiva (aumento da quantidade, no Alentejo e aumento da qualidade, na Extremadura); investimento na função comercial (reforçar a comunicação, reorganizar as redes de distribuição e progredir nos mercados externos); aposta na diversificação; não negligencia da via externa de desenvolvimento estratégico.
Considerando a amplitude do desafio a enfrentar e das medidas sugeridas, será ainda recomendável o empenho de todos os agentes envolvidos no sector: as empresas, as organizações interprofissionais e os poderes públicos.

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